Sunday, December 18, 2005

Renato

O sol brilhava, brilhava até mesmo de noite. Nos olhos dele, a visão sóbria das coisas. Renato finalmente acordara. Ele que, sempre muito loquaz, interiorizava-se, em busca de respostas para as perguntas que a si mesmo fazia, por meio de introspecção. Não, não havia respostas! Não havia pergunta alguma! E a confusão dentro dele? Precisava entender. Memória obstruída, ele não se lembrava de nada, e pior: tudo era confuso. O que fora real, o que fora sonho, o que fizera na noite de ontem? Ele não se lembra. Ele quer lembrar o que fez com Marina, porque tem flashes dos traços dela na cabeça. Lembra-se também de uma conversa telefônica, um banho rápido e... Sua memória, de certa forma, aflora, mas ele sente que é o limite. Pensa em certos fatos e sente-se incrivelmente culpado pelo que fizera. Culpa, culpa profunda. Arguia-se incessantemente, até que, mais tarde, decide ir à casa de Tânia, sua namorada de cinco meses. Confessa a ela que houvera traído-a na noite passada com Marina, mas que pensava nela a todo instante. Ora, como pôde Renato inventar algo assim, apenas para absolver-se? Nem ao menos tinha certeza do que lembrava! Porém, não lhe faltou astúcia: queria ser o primeiro a contar isso a Tânia. Ela ficaria sabendo por outra pessoa e, de fato, seria extremamente pior. Tolerância e aceitação não é o que ele recebe, entretanto. O namoro terminava ali, sem dó, nem perdão, nem nada. Tudo que fortificava o permanecer de Tânia naquela cidade era Renato. Na mesma hora, embora com medo de ser impulsiva, ela decide viajar para rever e ficar com os pais. A revolta era inexplicável. O que restava a ele, afinal, senão aceitar? A seqüência de fatos em sua cabeça continuava importunando-o, afinal, não era, de fato, uma seqüência: era uma confusão regada a sentimentos ruins dentro de si. O jogo acabara. Ele desiste de entender, nada iria fazer algum sentido e seria lucro se ele se lembrasse de algo. Todavia, chega de esforços. Aquilo estava acabando com a sua integridade, até mesmo física. Decide ligar para Marina, a fim de que pudesse ser desculpado e tudo estaria acabado. Seu mundo cai novamente. Nos olhos de Renato, o sol brilhava como nunca ao ouvir "ontem? ontem a festa foi ótima, mas deixe disso, homem, minha sobriedade apenas me permitia a dançar uma música dos Beatles com você... foi muito engraçado, você se balançava todo frente a mim, e eu também". Renato pensava que tivera entendido tudo, mas a cada minuto entendia menos ainda. Pensou em ligar para Tânia mas soaria deveras incoerente, ao menos por enquanto. Tentou lembrar-se de outras coisas mas não adiantou. Deitou na cama e dormiu, esperando que os anjos trouxessem paz à sua cabecinha.


* esse texto está cheio de má literatura;
os ecos e ambigüidades foram propositais.

2 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Fiquei emocionado por vc escrever a minah história ai !!!

vlw!!!!

6:53 AM  
Blogger Tha said...

uahsuadhisaufhdsaoihsdgish


nem associei ao teu nome, filho!!! foi um nome aleatório...uahsuh



tah sumido neam? vou comentar no teu flog.. bjos²³³²¹

6:58 AM  

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