Sunday, August 14, 2005

A questão dos ídolos

Eu sempre pensei nesse assunto, mas nunca parei pra formar uma opinião, ou até mesmo desenvolver uma possível pré-existente. Isso foi discutido esse fim de semana e eu logo pensei em postar.

Ídolos. Espelhamento ou vício?

Ter alguma pessoa como parâmetro me soa aceitável, decorrente de uma admiração forte ou identificação... mas até que ponto?

A finitude e eu andamos juntas, disso não tenho mais dúvida. Tudo pra mim sempre teve um ponto de partida e um ponto final, não importando duração ou eventuais acontecimentos entre os dois pontos (quase tudo, lembrei-me de que odeio generalizações). Então. Quase tudo pra mim sempre teve seu fim, sua chegada, seu limite. E o idolatrismo também me parece limitável.

Idolatrismo esse que, quando exagerado, não faz sentido. Acredito em perda de essência. Não total, claro. Mesmo parcial, há perda. A admiração por uma pessoa não deve ir tão longe a ponto de querer reencarnar como ela. Sim, há quem queira.

Não importando a razão ou origem de tal admiração, ela se torna vício quando desluz, quando cega os olhos de quem a tem. É interessante se espelhar numa pessoa, ter como base atitudes que a mesma pode ter tido, que me parecerem dignas de exemplo. E então voltemos ao significado. Base é algo no qual se pode apoiar, entretanto, se apoiar em tão alto grau deveria ser evitado. Quando não é obtido êxito, quando a admiração se torna ilimitável, é sinal de que ainda é preciso se descobrir.

A necessidade de se espelhar em alguém é explicável e inevitável. Talvez medo, insegurança, incertezas. Descrença em si mesmo, poupança de tempo. Ou o mais clássico, que seria uma identificação muito forte mesmo. Ah, é muito interessante a vontade de seguir bons exemplos. Exemplos esses que fazem parte de um ciclo. Ao passo que você se espelha em alguém, outra pessoa pode estar se espelhando em você. Mas, dependência? Essa não é uma palavra positiva. É uma vontade inconseqüente de ser o outro, fazer tudo que o outro faz.

Será mesmo que não há limites para alcançar os objetivos pessoais e profissionais?

Essência! Quem tem noção da mesma sabe que cada um tem a sua. E por que perder algo tão único, tão singular, próprio de cada um? Inove! Querer se espelhar no outro é bonito, pode trazer bons resultados até. Mas querer ser o outro já é não ter noções de limite, de singularidade, de manter a natureza de si mesmo.


"Não existem bons ventos para quem não sabe aonde quer ir!"


[chega]

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